domingo, 17 de fevereiro de 2008

DANÇA DA ALMA




As palavras caem-me dos dedos,
Como água que jorra da nascente.
As palavras aprisionam-se nos meus lábios,
Como rochedos ancorados a um cais abandonado.
Quero ser eu, quero Ser…
A minha fúria assume a forma de um grito surdo de cansaço.
O meu peito comprime-se a cada sentimento de impunidade.
Queria ter forças para me erguer,
Queria sentir este gemido aprisionado que me soluça na garganta,
Mas sou apenas eu, apenas eu… Silêncio.
Vou quebrar o tempo, vou imergir na mágoa,
Vou falando baixinho, apenas para eu me ouvir…
Voa, Luís, voa, sussurra-me uma voz.
E eu vou bailando na imensidão do meu mundo.

DEIXO-ME LEVAR....

A MINHA CIRCUNSTÂNCIA DE SER

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ad eternum



Depois de ti rompeu a madrugada,
encheram-se de tinta as uvas outrora verdes.

O Outono voltou a despir as árvores do nosso campo,
e eu parei para ver se ainda te via, mas meu pai,
isso foi depois de ti, e no campo era só o vento que corria.